As associações comerciais do Litoral Norte deverão propor uma ação judicial conjunta contra o Estado para a reabertura imediata do comércio. A informação foi confirmada na manhã desta quarta-feira (27/1) pelo presidente da Associação Comercial e Empresarial de São Sebastião, Olivo Ramirez Balut. “Estamos juntando esforços de todos os lados. As 22 associações do Vale, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira fizeram uma nota de repúdio, e agora, nós aqui do Litoral estamos nos mobilizando para ajuizar uma ação contra o Estado pra ver se conseguimos reverter a situação que nos encontramos”. 

Balut ressaltou, por exemplo, festas e aglomerações em praias, no qual, “pouco ou nada foi feito pelo Estado para inibir essa prática”, além de aglomerações em transporte, supermercados e bancos. “Fazemos nossa parte. Faz lockdown das 23h às 5h. Não se pode fechar o comércio de maneira irresponsável como está sendo feito pelo Estado”, declarou.

Ele não descarta a realização de novas manifestações públicas. “Estamos aguardando um pronunciamento até sexta-feira com mudanças”, disse Olivo Balut. “O boleto tá chegando, o empresariado sendo jogado à lateral sem respeito nenhum. Essencial é o trabalho de todas pessoas, logo teremos uma pandemia econômica. É surreal. Não existe um planejamento, hoje o empresariado já tem dificuldade estando aberto com tantos tributos”, avaliou o presidente da Associação Comercial de São Sebastião.

Desde a última segunda-feira (25/1), o decreto o governador João Dória (PSDB) colocou o Litoral Norte na Fase Vermelha do Plano São Paulo – que permite apenas o funcionamento de estabelecimentos considerados de serviços essenciais. Com isso, a região começou a semana com grande parte do comércio fechado. Já houve protestos em Caraguatatuba e Ubatuba.

Empresários entrevistados pela reportagem do Radar Litoral já falam em demissões e até mesmo em falência caso as medidas continuem. As associações comerciais da região manifestaram repúdio à decisão do Estado: “o comércio não é culpado e não merece pagar essa conta”. 

Um dos proprietários de loja ouvidos pela reportagem salientou por exemplo as praias lotadas. “Se não pode o comércio funcionar, porque as praias podem ficar cheias. E mais, a praia recebe este movimento, e o ambulante que precisa trabalhar não pode estar lá. Não tem critério, não tem coerência. Jogo político e a conta chegou pra gente. Já tive que mandar uma funcionária embora e pensando o que vou fazer”. 

Já um proprietário de pizzaria manifestou seu repúdio ao governador. “Não somos disseminadores do vírus. As cidades lotadas e não podemos ter atendimento ao público. As aglomerações estão nas praias, em eventos sociais, não no comércio”. 

Ao contrário do que ocorreu em 2020, o fechamento do comércio neste ano não tem previsto qualquer subsídio do governo federal, como o afastamento do funcionário com parte do pagamento subsidiado. Pelo contrário, houve aumento da carga tributária.

As associações comerciais de Caraguatatuba e de São Sebastião repudiaram a decisão estadual. Segundo a nota da Associação Comercial de Caraguá, desde o início da pandemia, os estabelecimentos comerciais se adequaram e se sacrificaram para cumprir todas as exigências e protocolos sanitários impostos pelos órgãos da saúde para que continuassem exercendo suas atividades, aceitando, inclusive, ficarem meses com as portas fechadas acreditando no discurso do desconhecimento do vírus e preparação da saúde. “Vimos um grande empenho e esforço em âmbito municipal para isso, porém, nenhuma ajuda em nível estadual. Pelo contrário, o estado, além de não ajudar, aumentou a carga tributária (ICMS) sem levar em conta a situação difícil das empresas e sem pensar na população já que essa atitude gerará desemprego em massa”.

Já a Associação Comercial de São Sebastião considerou a situação como descaso do Estado com a classe. “A atitude do Estado deixa claro o total descaso com uma classe que tem se dedicado tanto ao combate à pandemia, exatamente porque depende das suas portas abertas e seu estabelecimento funcionando para sustentar sua família e seus funcionários. Por fim, as pessoas precisam se conscientizar que a maior prevenção é a proteção individual (máscara), isolamento vertical, tratamento preventivo, seguindo o protocolo do Ministério da Saúde, para evitar o agravamento da síndrome gripal provocada pelo vírus. Pois, mesmo com o fechamento do comércio, sabemos muito bem que a aglomeração em São Sebastião continuará acontecendo, pois é de conhecimento de todos o alto índice das pessoas aglomeradas em Praias, Festas Clandestinas, entre outros”.

Fonte/Reprodução: Radar Litoral

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *